Moss Fluyt

Relembrando a primeira mensagem :

Um breve conto sobre os primeiros integrantes da guild Moss Fluyt.

[H]

Posts que iniciam em um novo tempo, pelo ano do calendário ou pela idade, ou local devem específica-los.

— Oh! — disse ela ao notar que eles ainda estavam algemados — É verdade! — começou a procurar em seus bolsos as chaves de suas algemas. Quando encontrou, tacou em direção dos kemodos — Toma, tinha esquecido disso. Só lidei com prisioneiros algemados, nunca com escravos, então, me desculpe, tinha realmente esquecido — a loira se levantava e ia em direção de outro tipo de comida, já que agora o ex-peito de frango era puro osso — Até por que, como que vocês vão comer estando algemados? Ai ai, as vezes eu realmente não me entendo — resmungou, complementando com uma curta e baixa risada. Provavelmente, por serem kemodos, eles seriam capazes de escutar tudo que estava acontecendo naquele pequeno quarto, o que ela realmente não notara naquela hora e provavelmente só iria notar em acontecimentos futuros.

Comeu o peito de frango que foi jogado em sua direção em segundos, mesmo algemado, enquanto sua irmã triunfava.

Largou o osso em uma mesa por perto e se aproximou nas chaves, liberando primeiro Einz e depois a si mesmo. Colocou a chave ao lado de um pote com diversas frutas e ficou deslumbrado.

- Okay você parece ser de confiança! - Disse ela ainda triunfante. Ao passo que começou a comer feito uma porca.

Bebia e comia tudo o que via, esperando que o irmão fizesse o mesmo. E assim enquanto ainda de boca cheia começou a falar.

- A...ho q.. vo.e deve...ria - Engasgou e começou a tossir. Engolindo a comida de forma bruta - Nos dizer onde está o velho Pike para nós podermos matar-lo, sim? - Sua expressão continuava inocente, mesmo sendo capaz de dizer isso. - Afinal foi ele quem nos acorrentou! - Disse ela.

Depois de comer o bastante para se sentir cheia, Mia voltou ao seu puff vermelho.

— Pra que 'cê vai matar ele? Já foi presa e agora já tá livre, vai arrumar alguma coisa decente pra fazer, guria! — respondeu Mia, com um tom brincalhão, mas, que não deixava de mostrar a seriedade nas palavras — Na verdade, eu só queria convidar vocês a participar da minha vida. Quer dizer... Andar sozinha pelos 4 continentes é puta chato. E vocês são fofos e sabem se proteger, então, só preciso ensinar você a controlar a língua e o resto sera mil maravilhas — terminou ela, apontando para a guaxinim.

- Ué? Vingança, porque mais? - Respondeu de forma natural.

Então escutou o resto da história dela. - Num dos meus trabalhos eu ouvir falar em grupos de mercenários... acho que eram guilds, ou algo assim... enfim - Sentava-se no puff verde, sua cor favorita. - O que acha de abrirmos uma? O mínimo são três pessoas! E podemos ter muito dinheiro... - Começou a rir imaginando a bufunfa. 

Olhou para seu irmão.

- Ron, eu não acho que ela vai nos bater se conversarmos um com o outro! - Olhou para Mia de forma carinhosa. - Me chamo Lain...digo, Einz Roanz! Se escreve como "I'Roanz" e esse é meu irmão Ron! 


Olhou para baixo e então sorriu tentando esconder a tristeza e mudando seu jeito completamente.

- Se nos unirmos você terá que embarcar em algo muito doloroso, afinal ainda queremos nossa vingança. Meu irmão não fala comigo na frente de ninguém, porque Pike nos queimava, cortava e nos humilhava quando conversávamos... aquele velho filho da puta! - A expressão de ódio voltou ao olhar mas rapidamente foi substituida por esperança. - Você não fará isso, fará? Ele tem dificuldade até hoje para interagir com qualquer pessoa na minha presença por medo da tortura, aquele filho da puta traumatizou meu irmão. 


A raiva a fazia chorar da forma mais desesperada possível. Era isso que alimentava sua vida, sua única razão de viver nas entrelinhas: Matar Pike.

Limpou as lágrimas com o braço esquerdo. 

- Enfim, o que acha?

Encarava Mia, acreditando nas palavras da irmã. Sentou-se na ponta do puff azul, meio desconfortável, olhando para seus pés. 

Assustou-se com os palavrões, pois nunca tinha a ouvido falar assim, até porque pouco se falavam. Mas entendia como ela se sentia, pois sentia o mesmo. Não tão intensa e cegamente como ela, mas de uma forma queria revidar contra o velho. Se matar ele fosse uma das formas, tudo bem.
Limpou a garganta e encarou Mia.

- Acredito que nós não temos.. direito de pedir algo tão grande e marcante as-assim... - gaguejou em algumas palavras, e falava lentamente pensando no que falar depois. - mas ficamos marcados com as ações que fomos obrigados a tomar... e com as ações que foram feitas contra nós. 

Engoliu seco, escolhendo muito bem as palavras. - Mas aquele velho tem MUITOS inimigos... será assassinado de qualquer maneira cedo ou tarde... mas gostaríamos de revidar o que foi feito conosco.

Encarou ela por alguns segundos, e, logo, lembrou-se e acrescentou, em um tom mais convincente, pois acreditava que faria mais sentido que todo o resto:
- E você pode pegar aqueles 3 Gil de volta!

Aqueles palavrões desnecessários irritavam Mia e por causa disso ela foi, lentamente, até a pequena Kemodo e desferiu um perfeito tapa em seu rosto – aquele tapa que possui um alto estalo, deixa uma boa marca vermelha da mão, mas, que não dói. Um tapa psicológico –, o tapa veio seguido de uma expressão séria — Não quero mais ouvir palavrões desnecessários vindo de sua boca, ouviu? Só porque é uma escrava, não quer dizer que tenha que agir como a pior delas! — depois disso, o sorriso voltou e então a abracei — Sei que a vida não é fácil. Estou aqui para tornar ela o melhor para nós, por isso... Não precisa mais agir assim — terminando de falar, mesmo a cena sendo aquelas dignas de um teatro de drama, Mia apenas começou a agarrar a cauda da guaxinim e então exclamou — Aaaah, tava morrendo de vontade de pegar nessa cauda! Ela parecia tão fofinha de longeee!

— E você não precisa se preocupar com meus 3 gil, até porque já gastei 3 milhões em vocês — falou ela, mas que logo pareceu retirar o que disse — Mesmo que aqueles 3 últimos gil pareceram ser tirados da minha alma — falou baixo, interpretando uma cena que seu coração parecia estar doendo.

— Sobre a guilda... Hmm.. Naaah', ainda não quero me meter com o pessoal do governo. Eles são meio chatinhos de mais! — toda aquela conversa era dita enquanto Mia pegava de todas as formas a cauda da guaxinim. Brincava com a cauda como se fosse um bicho de pelúcia ou um pequeno filhote de animal.

— E vou falar pela última vez, vocês não vão definir as vidas de vocês em vingança, isso é muito clichê, né gente, colabora. Como eu disse, fiz isso para melhorar nossas vidas, não só a de vocês. Enxerguem isso como uma nova chance de vida, mudem seus nomes, aparências, personalidades, tudo! Apenas, não sigam todas as mesmas ideias que tinham antes — falava, mas, a esta altura, já havia largado a cauda da guaxinim, mas, agora fazia carinho em sua cabeça e orelha — Mas, claro que não vou impedi-los se, coincidentemente, tivermos uma chance ótima de matar o velho. Mas isso só se tivermos uma ótima chance.

Ao receber o  tapa encheu-se de fúria e já foi se levantando para socar a face da mulher: " Pelo visto eu estava certa! Deus realmente não liga para lixos como nós! " 

Mas antes que tivesse uma reação agressiva ela foi abraçada.

Sua expressão se tornou confusa e ela trocava olhares com Ron. De forma a estranhar aquele gesto, mas não a ponto de desgostar do mesmo e afastar-la. Então simplesmente retribuiu o abraço.

- Mas que po... digo... o que diabos você está fazendo, mulher? - Indagou ela e antes mesmo de ter sua resposta um arrepiou subiu por todo seu corpo quando seu rabo foi abraçado

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA... ela ta me atacando. - Começou a correr em círculo tentando desvincular a cauda de sua captora. 

O problema é que ela realmente conseguia correr e arrastar o corpo de mia pelo ar ao mesmo tempo, apenas usando a força no seu músculo lombar para fazer o movimento. O que deixou mia falando enquanto era puxada para todos os cantos. Por fim Roanz cessou seu ímpeto e a segurou levantando pelo rabo acima da cabeça.

- Hã? Não quer uma guilda agora? Bom tanto faz! Acho que uma mulher no auge dos seus trintão não precisa de uma guild assim do nada, certo? - Inclinou o rosto para frente dando um largo sorriso. - Então o plano é apenas viajar por ai? Simbora intão! - Sorriu. 

De forma baixa, cochichou para seu irmão.

- Seria melhor se tivéssemos algum dinheiro, não concorda Ron? - Levou a mão ao queixo. - Parece que teremos que fazer missões escondidos... - Sorriu fechando os olhos.

- Okay, okay! Não viveremos pela vingança... Mas se eu ver Pike eu o matarei sorrindo, tudo bem? - Esticou a mão concordando em viajar com a garota. Isso sem ao menos soltar ela no chão.

Fechou os olhos quando Mia estapeou Einz. Ficou escutando seu discurso, mas com milhões de pensamentos correndo pela cabeça, milhões de possibilidades de terem que passar por tudo de novo. Ou de passar por coisas piores. 

Mas quando viu que Mia estava apenas se preocupando com eles e tentando evitar que vivessem apenas por vingança, abriu os olhos novamente e decidiu mostrar um pouco de confiança. Largou um pequeno sorriso, meio estranho e torto, pois não estava acostumado, e concordou com ela.
- Viajar parece legal. Mas caso mudar de ideia e quiser que eu preencha alguma papelada por você, eu me ofereço. - falou, em um tom um pouco mais alto que antes. 

Ao ouvir as palavras da irmã, ficou pensando em maneiras de conseguir dinheiro.

Ela apenas assentia com cada palavra que eles diziam, balançando a cabeça verticalmente. Mas, quando ela escutou sobre a escrava acusar dela ter trinta anos, ela gritou, forçando um pouco das orelhas da kemodo:

— Eu não tenho trinta anos! — emburrecida, sentou, forçando a kemodo a sentar também, pois estava agarrada a ela pelas orelhas.

— Ai, sinto que vocês não vão me deixar entediada nunca. Acho que foi uma boa escolha — sorriu, ainda fazendo carinho nas orelhas e na cabeça da kemodo — Bom, comam o que quiser ai, comam o que não comeram nesse tempo com o velho. Mas aí, o nome de vocês são muito complicados de se falar. Vou chamar vocês apenas de Einz e Roh, ok? Ok.

Mia agora puxava um dos puffs que estavam mais próximos e a mesa cheia de comidas. Se sentou no puff e deixou que Einz comesse tudo que pudesse, enquanto mantinha acariciando-a.

- Acho que me tornei um cachorro de madame, Zwei! - Dizia em quase lágrimas. 

Esticava sua cauda até o irmão de forma fofa e passava ela sobre o rosto dele.

- Então isso significa que você é meu cachorro! - Começou a rir. - Au au au au auuuuuuur - Imitava um cão enquanto puxava seu irmão para perto e o abraçava dormindo em sua cabeça. Sequer se preocupava com comida agora, apenas estava feliz.

- Ser cachorro de um cachorro de madame não deve ser difícil. E a madame do cachorro de madame parece ser legal.
E então se fixou nas frutas novamente. Esticou um pouco os braços, arrastando Einz junto com ele, e puxou um pote cheio de frutas vermelhas que ele nunca havia visto ou comido. E foi comendo uma por uma, enquanto deixava ela continuar a abraçá-lo. 
- Mash a hent tem um deshtin ou a hent vai viahar sem rum? - Falou enquanto comia, algo que era severamente punido por, sem medo. 

(OFF: Tradução da merda que ele falou: Mas a gente tem um destino ou a gente vai viajar sem rumo?)

— Sei lá, pra onde vocês querem ir? — perguntou, ainda fazendo o cafuné na pequena escrava, enquanto dava uns goles na garrafa de vinho.

Mastigou bem as frutas e ficou parado, e se ajeitou para fazer Einz cair em seu colo, dormindo por cima dele. 
- Algum lugar legal. E bonito. - começou a passar os dedos pelos cabelos da irmã, voltando a se acostumar com aquele sentimento. E soltou um sorriso sincero. - Desde que fiquemos juntos, acho que qualquer lugar vai ser legal. 

E encarou Mia. 
- Obrigado por nos tirar de lá. A comida daqui é mil vezes melhor. 

— Não se preocupem mais com isso — falou, enquanto puxava dois puffs pra deitar logo ao lado de Einz. Puxando a cauda dela para criar um travesseiro. Assim, ela dormiu com uma mão nos cabelos da escrava e a outra na garrafa de vinho.

Ainda sonolenta tentando acordar depois de uma noite de bebedeiras, que resultou numa semi-ressaca, voltou-se para seu irmão e começou a abanar a mão como se mandasse ele sair.

- Mais cinco minutinhos... - Voltou a roncar.

Mia estava jogada na cama de casal king-size junto com Einz – mais especificamente, roncando em seu umbigo –, e seu cobertor de roupas que ainda seriam usadas. Abraçado na cauda dela, Mia apenas deu dois tapas no ar. Aqueles tapas poderiam dizer "se junte a nós" ou "saia daqui, ta incomodando", tudo dependia de como a pessoa veria aquilo.

Ron encarou as duas como se aquilo já tivesse acontecido várias vezes. E aconteceu. Muitas vezes. 
Suspirou e se deitou na ponta da cama deitando em cima das pernas de Mia. 
- Tô vendo que a noite foi longa. Mas uma hora ou outra a gente vai ter que falar disso.  

O ronco se tornava ainda maior e ela esticava a perna, acertando o rosto de seu irmão com a parte de trás do calcanhar. 

Coçava a barriga e tentava mexer o rabo e como mia o usava de travesseiro foi impossível. Girou o corpo novamente fazendo o pé esquerdo pousar violentamente no estômago do irmão.

- he he he... mais uma garrafa de rum de ratos-flores senhor... - voltava a babar.

O que acontecera agora fora tão repentino que, do nada, de repente, sem aviso prévio, subitamente mesmo. Mia se levantou e gritou:

— Que?! Estamos ficando sem dinheiro?! — ela encarava a parede da frente. Ela realmente não tinha pensando em nenhum movimento além daquele, não tinha pensado em nada além daquilo, então, seu cérebro ainda estava processando aquela situação. Assim, demorou um bom tempo para que ela parasse de olhar a parede, com o corpo rígido igual uma estátua, e olhasse – sim, nada mais do que só um olhar – para Roh.

Depois de levar chutes e mais chutes, Ron se ajeitou e se levantou da cama, bufando. 
Puxou uma cadeira e ficou encarando Mia ter seu choque de realidade, calmamente, e sorriu.
- Mas só daqui alguns anos. Mas não vai durar pra sempre. Era legal investir em alguma coisa. - e suspirou, novamente. - e, como eu disse, com o dinheiro que ainda temos, até daria pra abrir aquela guilda imaginária da Einz se quisessemos. 

Abria lentamente os olhos quando ouviu o grito de mia e saiu tateando o chão em busca de alguma garrafa que ainda não estivesse vazia.

Achou uma pela metade e bebeu até o último gole.

Bocejou.

Piscou duas vezes e coçou os olhos.

- Okay... acabou a bebida! Quem ai tem dinheiro pra comprar mais? Ron? - Olhou seu irmão e tocou a testa dele. Colocou um pedaço de papel na mão dele. - Compra tudo o que tu puder, tamo nadando em dinheiro mesmo.. não é mia? - Sorria fechando os olhos e já levantando seu irmão. - A irmã te ama viu? Compra bastante coisa... gyun! - Deu um beijo na testa dele e voltou a deitar no colchão.

Se cobriu e fechou os olhos.

- Quando chegar me acorda e vai lá... boa noite, gyun... - Se preparava para dormir de novo.

O movimento foi bruto. Mia simples botou a mão com toda força na fuça da guaxinim, para que ela acordasse e notasse a situação que eles se encontravam.

- Einz, acorda antes que tu perca os pelos do teu rabo. 
E se ajeitou na cadeira, encarando as duas. Se fosse outra pessoa que não Mia, a enfiar as mãos da fuça da irmã, já tinha ido pra cima.